sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Dica de leitura do mês de agosto

E aí, gente!!!

Minha dica de leitura do mês de agosto é do meu compadre Altair Martins. O cara é um escritor maravilhoso. Ganhou neste mês o Prêmio São Paulo de Literatura e, agora, está concorrendo ao Prêmio Jabuti - a maior premiação da literatura brasileira. Olha, ele ganhou o prêmio São Paulo com a obra "A parede no escuro", mas a minha sugestão é o livro de contos "Como se moesse ferro", pois é nele que Altair exerce a plenitude de seu exercício de escritor: desarticula a linguagem, gestanto a plasticidade como artifício de leitura, é algo surpreendente. Essa é a dica de agosto!

Professor Daniel Conte

Pra começar...

E aí pessoal!!!!

A partir de hoje vou estar aqui com vocês todas semanas, trazendo a boa poesia produzida aqui no Rio Grande do Sul e na África. Isso mesmo! Vamos conhecer mais sobre a nossa literatura e de uma das culturas que compõem nossa identidade, a negra. Além, claro, de excelentes dicas de leitura.
Pra gente começar a conversar, trouxe um dos grandes poetas brasileiros em plena atividade. É um professor nascido em Caxias do Sul nos dias quentes de dezembro de 1963. Eduardo Dall’Alba é o nome dele. Vocês não irão encontrar Dall’Alba em prateleiras de supermercados como muitos escritores que se pretendem poetas. Também não o encontrarão em programas de rádio dando opiniões sobre a crise mundial ou sobre os conflitos relacionais entre casais em crise no século do amor liquidificado. Dall’Alba é um profundo conhecedor da literatura brasileira, fez mestrado e doutorado sobre a poesia de Drummond e produz regularmente, sendo ganhador de vários prêmios. Extremamente exigente com sua própria produção, publicou entre outras obras As vinhas da lira (1997), Vinhedo das vontades (1997), Matéria do cotidiano (2001) e Monólogo do carregador (2004). Deixo com vocês dois poemas desse poeta que vale a pena ser lido. Até semana que vem.

Busca

Como buscar senão em mim
o ritmo que explique o açodado
como prever o ganho não achado
ou perdido mais que ganho
no intervalo entre o ser-não-ser?
o ritmo se expande e não corrompe
o compromisso tácito da aurora
e porque dançam, ritmo e palavra
há a possibilidade da lavra.

Avra estiatório

Vibra o telefone perto
vibra corda, o violoncelo
antes não vibrasse.

Toca a música do rádio
confusa a voz da tv
antes não tocasse.

A noite inteira acordado
a noite inteira sem sono
antes não tivesse.

Nasci torto, atravessado
boca presa, que pouco ri
antes, depois, é passado.

Aluna do Curso de Letras participa do V SIGET






Entre os dias 11 e 14 de agosto ocorreu, em Caxias do Sul, o V Simpósio Internacional de Estudos de Gêneros Textuais, com o tema “O ensino em foco”. No evento foram abordados assuntos relativos ao uso de gêneros do discurso na prática pedagógica e diferentes estudos relacionados ao assunto. Lá estavam presentes pessoas de diferentes regiões e países. Estudiosos como Bazerman, Dolz, Schneuwly e Rojo também participaram do evento.




Fernanda Lipp