O poeta e ensaísta, Geraldo Bessa Victor é um dos grandes nomes da poesia angolana. Mestiço, nascido em Luanda em 1917, traduziu em versos a luta e o sofrimento do negro africano. Suas publicações, traduzidas em várias línguas são: Ecos Dispersos, Ao som das marimbas, Debaixo do Céu, Cubata abandonada e Monandengue. Vale a pena conferir e encantar-se com a poesia africana que, ainda hoje é desconhecida por muitos, sempre lembrando que, nós, brasileiros, somos África também.
Colocamos então, dois poemas de Geraldo Bessa Victor para vocês!!
Soneto Ao Mar Africano
Ó grande Mar, que banhas estas plagas
africanas, em ti ouço recados
dum mundo a outro mundo, nos teus brados
de prantos, risos, orações e pragas!
Na dramática voz das tuas vagas
escuto os que, nos séculos passados,
choraram nesse canto dos teus fados,
cantaram nesse choro em que te alagas...
Na tua voz eu ouço o Branco bravo,
que semeou Portugal nestes recantos
africanos, e ainda o Negro escravo
- ao mesmo tempo indômito e servil –
que regou com seu sangue e com seus prantos
a semente fecunda do Brasil!
(Cubata abandonada, 1957)
Eis-Me Navegador
Eis-me navegador. Um sonho abarco.
A Vida é Mar, a Vida é toda um Mar.
E quem tem alma e sabe o que é sonhar
- há-de lançar às águas o seu barco.
Herois – Fernão, Colombo, Gama, Zarco!
Mistério, assombro, - a vaga, a noite, o luar,
o espaço, o vento, a chuva, a nuvem, o ar...
- Adonde a calma, o rumo, o porto, o marco? –
Mas uma força interna me estimula
para que eu vença a onda e o vendaval,
tanto mais quando o vento brame, alula
e o Mar ameaça abrir o hiante seio...
Eu tenho a fé e o sonho de Cabral
em busca do Brasil do meu anseio!
(Debaixo do céu, 1949)
Colocamos então, dois poemas de Geraldo Bessa Victor para vocês!!
Soneto Ao Mar Africano
Ó grande Mar, que banhas estas plagas
africanas, em ti ouço recados
dum mundo a outro mundo, nos teus brados
de prantos, risos, orações e pragas!
Na dramática voz das tuas vagas
escuto os que, nos séculos passados,
choraram nesse canto dos teus fados,
cantaram nesse choro em que te alagas...
Na tua voz eu ouço o Branco bravo,
que semeou Portugal nestes recantos
africanos, e ainda o Negro escravo
- ao mesmo tempo indômito e servil –
que regou com seu sangue e com seus prantos
a semente fecunda do Brasil!
(Cubata abandonada, 1957)
Eis-Me Navegador
Eis-me navegador. Um sonho abarco.
A Vida é Mar, a Vida é toda um Mar.
E quem tem alma e sabe o que é sonhar
- há-de lançar às águas o seu barco.
Herois – Fernão, Colombo, Gama, Zarco!
Mistério, assombro, - a vaga, a noite, o luar,
o espaço, o vento, a chuva, a nuvem, o ar...
- Adonde a calma, o rumo, o porto, o marco? –
Mas uma força interna me estimula
para que eu vença a onda e o vendaval,
tanto mais quando o vento brame, alula
e o Mar ameaça abrir o hiante seio...
Eu tenho a fé e o sonho de Cabral
em busca do Brasil do meu anseio!
(Debaixo do céu, 1949)
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